Ministra da Saúde é confrontada sobre envio excessivo de verba para Cabo Frio em audiência na Câmara dos Deputados


Em uma audiência pública, nesta quarta-feira (10), na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi questionada pela deputada Rosângela Moro (União Brasil-SP) sobre o motivo pelo qual enviou R$ 51 milhões a mais do que o previsto inicialmente na portaria original para o município de Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

O plenário da comissão estava cheio, com uma presença significativa de parlamentares do PT, que defenderam a ministra contra ataques de deputados de oposição, como o Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que a acusou, sem apresentar provas, de ser defensora do aborto.

Sob críticas do Centrão e enfrentando também fogo amigo de setores do PT, Nísia teve que comparecer ao colegiado para responder às perguntas dos parlamentares. As queixas incluíam acusações de represamento de recursos por parte de parlamentares e má gestão dos hospitais públicos, além do aumento dos casos de dengue.

Segundo informações do portal "UOL", o valor originalmente destinado era pouco mais de R$ 4 milhões, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU). Posteriormente, semanas após o envio dos recursos, o filho da ministra, Márcio Sampaio, foi nomeado secretário de Cultura de Cabo Frio.

O deputado Jorge Solla (PT-BA), que é médico, contestou o parlamentar de oposição, esclarecendo as situações em que o aborto é autorizado pela legislação federal. Em seu pronunciamento, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) também defendeu a ministra. Houve manifestações da plateia, com agentes comunitários de saúde vaiando a oposição e aplaudindo a ministra.

Ao responder sobre o episódio de Cabo Frio, Nísia argumentou que o município, o 14º em população no Estado do Rio de Janeiro, estava desassistido na área de saúde. Ela citou outros exemplos de municípios que também receberam aumentos significativos nos repasses, como Magé, São Gonçalo e Duque de Caxias, destacando que estes dois últimos são administrados por prefeitos ligados a oposição.

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