CoronaVac tem baixa ação neutralizante contra cepa de Manaus, diz estudo


A vacina Coronavac, produzida no Brasil em parceria com o Butantan, possui baixa ação neutralizante  contra a cepa de Manaus, segundo estudo, ainda preliminar,  publicado nessa 2ª feira (1º.mar.2021) na área de pré-prints (artigos que ainda não foram revisados por outros cientistas) da revista científica The Lancet. A variante já está presente em 17 estados do país.


O estudo, realizado pelo Brasil, coletou  plasma de 8 participantes da última fase de testes da CoronaVac, que receberam as duas doses do imunizante há 5 meses. Os pesquisadores testaram a atividade neutralizante dos anticorpos presentes nas amostras contra a P.1, a cepa identificada em Manaus (AM).


Também ocorreu teste da atividade neutralizante contra a linhagem B, a mais comum no Brasil antes do surgimento da P.1. Eles observaram que o nível de anticorpos capaz de proteger contra o vírus foi mais baixo para a P.1, ficando abaixo do limite da detecção no exame. Os resultados indicam que a cepa de Manaus pode escapar de anticorpos neutralizantes induzidos por uma vacina de vírus inativado, como a CoronaVac.


O estudo contatou também que as pessoas que já tinham se curado da covid-19 antes do surgimento da cepa P.1 possui grande chance de reinfecção quando em contato com essa nova cepa. Pesquisadores analisaram o plasma de 19 indivíduos que foram contaminados com o coronavírus antes do surgimento da P.1. Eles constataram uma diminuição de 6 vezes na capacidade de neutralização dos anticorpos contra a variante brasileira em comparação com a linhagem B.


Segundo o Poder 360, o Instituto Butantan afirmou que “realiza estudos próprios em relação à variante identificada no Amazonas”. Segundo a instituição, os resultados devem ser conhecidos nos próximos dias.


“O importante, neste momento, é que a população siga se vacinando, conforme a disponibilidade do imunizante na rede pública e os esquemas vacinais adotados pelos gestores”, disse o Butantan.


Estudo da Fiocruz

Um estudo, também sem revisão, feito pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) indica que um adulto infectado com a variante de Manaus tem uma carga viral –quantidade de vírus no corpo– 10 vezes maior em relação a uma infecção por outras variantes.


Segundo a pesquisa, a carga viral mais acentuada da P.1 torna a mutação mais transmissível que as demais. Isso porque quanto mais vírus o indivíduo tiver nas vias aéreas mais ele o expelirá, seja por meio de tosses, espirros e até na fala.


Situação na Região dos Lagos

A Coronavac é a principal vacina utilizada no PNI (Programa Nacional de Imunização) até o momento. Todas as 7 cidades da Região dos Lagos também possuem a Coronavac como a principal vacina contra o Covid-19.


Em São Pedro da Aldeia, que possui o melhor portal de transparência da vacinação da região, a Coronavac corresponde a quase 70% das doses recebidas. Veja o montante de doses recebido até o momento por cada cidade:


  • Araruama - 6.630 (Coronavac) e 3.140 (Oxford/Astrazeneca)
  • Arraial do Cabo - 1.420 (Coronavac) e 680 (Oxford/Astrazeneca);
  • Búzios - Não informa as doses separadas;
  • Cabo Frio - Não informa as doses separadas;
  • Iguaba Grande - Não informa doses recebidas;
  • São Pedro da Aldeia - 3.332 (Coronavac) e 1.432 (Oxford Astrazeneca);
  • Saquarema - Não possui portal da transparência da vacinação contra a covid-19.

Por Diário Aldeense

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